mentiras
tiras soltas
de tua boca e gestos
mentir as voltas
do planeta em teus passos
mentir teus dias
em teus sapatos gastos
mentir tuas agonias
mentir teus calos
mentir tua idade
mentir tuas cicatrizes
para que seja a verdade
toda a mentira que dizes.
rodrigo mebs.
20 novembro 2006
24 outubro 2006
me quero infância
...
me quero infância
me quero galáxia
quero meus dentes de leite,
implantes, na boca da noite,
rasgando as tetas da Via-láctea.
Rodrigo Mebs.
me quero infância
me quero galáxia
quero meus dentes de leite,
implantes, na boca da noite,
rasgando as tetas da Via-láctea.
Rodrigo Mebs.
17 outubro 2006
cada caso
casa
que não moro
que namoro
e não caso
caso que não resolvo
nem roubo nem devolvo
cada caso
são no mínimo
três casos...
By Rodrigo Mebs.
12 setembro 2006
ultra-sono-grafia
foto-feto que em luz te escrevo
que revelo no sonho em cores
que eu te penso em teu relevo
de teu de meu nossos amores,
tu te fazes em astro ou estrela?
a carne tarda ou virá breve?
a dúvida flutua no ventre leve
a vida breve se atreve avança
o sangue, o umbilical, a trança.
se tu vens, também me espera?
volto a tua imagem atmosfera
e lindo te amplio na amplidão
amo-te no teu gesto gestação
amo-te na mãe que quero nua
amo-te na paz que quero tua
amo-te no que vive ou viveu
amo-te no amor que quero teu
amo-te amor assim somente
na imagem que vem silente
o sol, a flor e a luz semente
um ser não ser e estar ciente
um dar se dar e estar ausente
um ter não ter estar contente
amo-te no que me vem agora
um ver não ver chegar a hora.
* Este poema foi escrito sob forte emoção, Nasceu da imagem que ainda está para nascer, Me veio do que ainda está por vir, Este poema foi feito de lágrimas felizes como uma chuva de primavera, como gotas de poesia por sobre as pétalas de uma flor chamada vida.
dedico este poema para a Adília e para o nosso bebê.
Rodrigo Mebs.
30 agosto 2006
rio em pele feminina
o rio com seus mistérios
molha seu cio em silêncio
desejo o que nos separa
a boca em quantos minutos
as flores soltas na fala
o pó dos ossos dos anos
você me diz não ter pressa
seus olhos fogo na sala
o beijo um lance de dados
cuidado cuidado cuidado
que sou um anjo de fadas
não beije assim meus segredos
meus olhos faróis nos riachos
meus braços dois afluentes
pedaços do corpo do rio
meus seios ilhas caladas
das chamas não conhece o pavio
se você me traz para o cio
assim que o sexo aflora
esta palavra apavora
o beijo dado mais cedo
quebra meu ser no espelho
meu cerne é carne de vidro
na profissão dos enredos
quanto mais água me sinto
presa ao lençol dos seus dedos
o rio retrata meu centro
na solidão de mim mesma
segundo a segundo nas águas
lá onde o sol é vazante
lá onde a lua é enchente
lá onde o rio é estrada
onde coloca seus versos
me encontro peixe e mais nada
by: Artur Gomes
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23 agosto 2006
perfeita
22 agosto 2006
Ilha
Uma estrela brilha
Na noite que não dorme
Enquanto a fumaça sobe
E a alma se atormenta
A dor quem inventa?
O que me faz ilha?
Adília Quintelas
A Pedra

a pedra em seu silêncio
fala da vertigem
dentro da noite veloz
e da espécie que não dorme
mesmo quando o sono
lhe atravessa mesmo muda
sempre diz da cicatriz
na carne e sangra
a pedra chora a pedra fala
a pedra canta quando chove
e o seu amor aflora
na fenda que escapa
entre suas pálpebras
que são dois olhos d’água
nos olhos da manhã
Artur Gomes
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21 agosto 2006
bolero blue
beber desse conhac
em tua boca para matar a febre
nas entranhas entre dentes indecente
é a forma que te como bebo ou calo
e se não falo quando quero
na balada ou no bolero
não é por falta de desejo
é que a fome desse beijo
furta qualquer outra palavra presa
como caça indefesa dentro da carne que não sai
by Artur Gomes.
http://arturgomes.zip.net
baladas, blues e poesia. entre e ouça:
http://www.soundclick.com/fulinaimasaxbluesepoesia
http://www.soundclick.com/arturgomesfulinaima
em tua boca para matar a febre
nas entranhas entre dentes indecente
é a forma que te como bebo ou calo
e se não falo quando quero
na balada ou no bolero
não é por falta de desejo
é que a fome desse beijo
furta qualquer outra palavra presa
como caça indefesa dentro da carne que não sai
by Artur Gomes.
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20 agosto 2006
sansão?
de raspão
estava armado,
disparou palavras
para tudo que foi lado
um verso me atingiu de raspão
bem na orelha do assunto
por pouco não virei
um poema defunto.
by Rodrigo Mebs.
disparou palavras
para tudo que foi lado
um verso me atingiu de raspão
bem na orelha do assunto
por pouco não virei
um poema defunto.
by Rodrigo Mebs.
15 agosto 2006
palavra-larva
uma palavra-larva
vasculha a mente
lenta lenta-mente
qual bicho de fruta
uma palavra bruta
roendo os tecidos
vivos esquecidos
encefálicos tidos
fálicos ou castos
larva cava gestos
túneis abstratos
furos na cabeça
no que esqueça
lembre de tudo
vulnerável escudo
um vazio conteúdo
uma larva louca
que cai da boca
oca em saliva fel
a palavra-babel
larva língua mel
cai sobre o papel
como um casulo
um poema nulo
sem pretensão
ou aspiração
sem intenção
forma ou meta
jaz a larva do poeta
sem virar borboleta.
by Rodrigo Mebs.
09 agosto 2006
Carne Proibida
o preço atual
proíbe que me coma
mas pra ti
estou de graça
pra ti não tenho preço
sou eu quem me ofereço
a ti:
músculo & osso
leva-me à boca
e completa o teu almoço
Artur Gomes
07 agosto 2006
pena
leque
fiz de mim
um leque,
aberto
a tudo,
a todos.
fiz de mim
moleque,
soltando
pipa,
pulando
muro,
quebrando
vidro.
fiz de mim
o que
ninguém
de mim
faria.
fiz
arte
fiz poesia.
...
um leque,
aberto
a tudo,
a todos.
fiz de mim
moleque,
soltando
pipa,
pulando
muro,
quebrando
vidro.
fiz de mim
o que
ninguém
de mim
faria.
fiz
arte
fiz poesia.
...
04 agosto 2006
Exilado
Enquanto a porta bate eu não canto
Enquanto parte o carro eu não piro
Me seguro no som do vizinho
E acho bom qualquer coisa e respiro.
No escuro não vejo o relógio
E acho bom devorar chocolates
A certeza da vida é a morte
Arrancada a porta não bate.
Meu pequeno oásis segura
Para que não me encontre a loucura
Amontôo bilhetes, retratos
Queimarei de uma vez nossa história
Prá ter fé e perder a memória
Que amor terminado é tortura
Enquanto parte o carro eu não piro
Me seguro no som do vizinho
E acho bom qualquer coisa e respiro.
No escuro não vejo o relógio
E acho bom devorar chocolates
A certeza da vida é a morte
Arrancada a porta não bate.
Meu pequeno oásis segura
Para que não me encontre a loucura
Amontôo bilhetes, retratos
Queimarei de uma vez nossa história
Prá ter fé e perder a memória
Que amor terminado é tortura
Eu prefiro viver exilado.
by Adília Quintelas
by Adília Quintelas
03 agosto 2006
Mar de Búzios

vaza sob meus pés
um rio das ostras
enquanto minhas mãos em conchas
passeiam o mangue dos teus seios
e provocam o fluxo do teu sangue
os caranguejos olham admirados
a volúpia dos teus cios
quando me entregas o que traz
por entre as praias e permites desatar
todos os nós do teu umbigo
transbordando mar de búzios
- oceanos
atlântico pulsar entre dois corpos
que se descobrem peixes
e mergulham profundezas
qualquer que seja a hora
em que se beijam num pontal
em comunhão total com a natureza
by Artur gomes
...
02 agosto 2006
Um Livro

Vou escrever um livro
Dos sonhos perdidos
Nos cantos escuros da mente
Das palavras proferidas Inutilmente.
Um livro das verdades em vão
Dos amores em vão
Que vão
Como cinzas de papel queimado
Na ventania.
Será um livro sem começo
Nem fim
Será bem assim
Como se alguém tivesse nascido
Já no meio da estrada
Em plena caminhada
Indo para a escola, talvez.
Vou escrever um livro
Será tão grande
Quanto pode ser grande
O coração de um forte
Ou quem sabe
Será apenas
Um poema.
Vou escrever um livro
Páginas, como segundos
Desfolhadas ao vento
Vou colocar-te lá dentro
Enfim.
by Adília Quintelas
Dos amores em vão
Que vão
Como cinzas de papel queimado
Na ventania.
Será um livro sem começo
Nem fim
Será bem assim
Como se alguém tivesse nascido
Já no meio da estrada
Em plena caminhada
Indo para a escola, talvez.
Vou escrever um livro
Será tão grande
Quanto pode ser grande
O coração de um forte
Ou quem sabe
Será apenas
Um poema.
Vou escrever um livro
Páginas, como segundos
Desfolhadas ao vento
Vou colocar-te lá dentro
Enfim.
by Adília Quintelas
01 agosto 2006
e agora João?
31 julho 2006
Segunda-Feira

Hoje não quero seguir regras
Mandarei tudo às favas
Pularei de para-quedas
Sobre as cabeças coroadas
Não é revolta barata
É que o relógio me mata
A inspiração que tem o corpo
De dormir sempre mais um pouco
Minha pequena revolução seria esta
Tomar meu café sem pressa
Beijar teu sorriso por toda a manhã
Fazer a vida menos vã
Essa inglória realidade
Me faz sentir saudade
De um por-de-sol no fim da tarde
De um dia que não vivi.
by Adília Quintelas
28 julho 2006
27 julho 2006
Saudade Criança
Tua lembrança
De pronto me arde
Como este sol, este início de tarde.
Mas depois sustenta
Somente um sorriso,
Quase um guiso
Nestas cores que inventa.
Como a brasa
Na intenção de fogueira
Ou então, como queira
Esta saudade criança
by Rodrigo Mebs
De pronto me arde
Como este sol, este início de tarde.
Mas depois sustenta
Somente um sorriso,
Quase um guiso
Nestas cores que inventa.
Como a brasa
Na intenção de fogueira
Ou então, como queira
Esta saudade criança
by Rodrigo Mebs
26 julho 2006
Mais
Meu coração está em paz
Minha alma está em luz
Meu corpo está em mais...mais...mais...
by Adilia Quintelas
Minha alma está em luz
Meu corpo está em mais...mais...mais...
by Adilia Quintelas
25 julho 2006
inspirar
arte
com ar
te some
te some
pra ver
no que dá
dará
teu nome
com fome
conforme
tua fome
me dá
da arte
me farte
teu nome
teu nome
não falte
no ar.
by Rodrigo Mebs.
24 julho 2006
21 julho 2006
Luz
Por um instante
Esqueci de tudo em volta
Esqueci do mundo em que vivia
Esqueci até que vivia
Já não tinha corpo nem pensamento
Esqueci do sofrimento
Toda a matéria desapareceu
Por um instante Eu nem era eu
E tudo o que havia era
Luz.
Esqueci de tudo em volta
Esqueci do mundo em que vivia
Esqueci até que vivia
Já não tinha corpo nem pensamento
Esqueci do sofrimento
Toda a matéria desapareceu
Por um instante Eu nem era eu
E tudo o que havia era
Luz.
12 junho 2006
Conselho Médico

No meio da fumaça estranha
Daquele cigarro importadoSem nicotina, sem nada
Que você me deu pensando em me salvar
Eu morro sufocada de saudade
Que mata muito mais
Do que o vício de fumar
Me sinto atordoada:
Depois de todo esse tempo
Tuas digitais ainda marcam
Tudo em mim.
Então é assim
Concluí que nenhum cigarro é bom
Se não mata de câncer
Mata do coração.
by Adília
Tudo Canta
01 junho 2006
Se então
E o dia nunca amanhecesse
E se todos os sons se calassem
E as vozes emudecessem
O caminho e eu percorresse
De modo que lá chegasse
Na tua fonte e bebesse
E se então quando acordasse
Vendo o real eu sofresse
E por tanta dor eu matasse
Cada flor que nascesse
Eu fecharia de novo minh'alma
Para sempre e com toda a certeza
Pois não quero na vida ter calma
Mas, paixão, amor e leveza.
by Adília
31 maio 2006
Rastro
No rastro deste poema
palavras perdidas
rimas ricas esquecidas
entrelinhas entrelaçadas
estradas cruas e pegadas
cruzes e espadas
noites estreladas
dias e trovoadas
tristes alvoradas
no rastro deste poema
a intenção das lágrimas
as paixões já desbotadas
as sangrias desatadas
no rastro deste poema
putas e amores
formas e cores
cheiros e sabores
no rastro deste poema
meus deuses de fé fraca
murros em ponta de faca
meus demônios de capa
a marca do primeiro tapa
no rastro deste poema
meu bem me quer
meu mau querer
no rastro deste poema
o que o poema não soube ser.
by Rodrigo Mebs
palavras perdidas
rimas ricas esquecidas
entrelinhas entrelaçadas
estradas cruas e pegadas
cruzes e espadas
noites estreladas
dias e trovoadas
tristes alvoradas
no rastro deste poema
a intenção das lágrimas
as paixões já desbotadas
as sangrias desatadas
no rastro deste poema
putas e amores
formas e cores
cheiros e sabores
no rastro deste poema
meus deuses de fé fraca
murros em ponta de faca
meus demônios de capa
a marca do primeiro tapa
no rastro deste poema
meu bem me quer
meu mau querer
no rastro deste poema
o que o poema não soube ser.
by Rodrigo Mebs
29 maio 2006
Farta Fome
estou farto e tenho fome
deste amor que cria e consome
que é meu, mas tem teu nome.
by Rodrigo Mebs.
deste amor que cria e consome
que é meu, mas tem teu nome.
by Rodrigo Mebs.
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