30 agosto 2006
rio em pele feminina
o rio com seus mistérios
molha seu cio em silêncio
desejo o que nos separa
a boca em quantos minutos
as flores soltas na fala
o pó dos ossos dos anos
você me diz não ter pressa
seus olhos fogo na sala
o beijo um lance de dados
cuidado cuidado cuidado
que sou um anjo de fadas
não beije assim meus segredos
meus olhos faróis nos riachos
meus braços dois afluentes
pedaços do corpo do rio
meus seios ilhas caladas
das chamas não conhece o pavio
se você me traz para o cio
assim que o sexo aflora
esta palavra apavora
o beijo dado mais cedo
quebra meu ser no espelho
meu cerne é carne de vidro
na profissão dos enredos
quanto mais água me sinto
presa ao lençol dos seus dedos
o rio retrata meu centro
na solidão de mim mesma
segundo a segundo nas águas
lá onde o sol é vazante
lá onde a lua é enchente
lá onde o rio é estrada
onde coloca seus versos
me encontro peixe e mais nada
by: Artur Gomes
visite: http://arturgomes.zip.net/
23 agosto 2006
perfeita
22 agosto 2006
Ilha
Uma estrela brilha
Na noite que não dorme
Enquanto a fumaça sobe
E a alma se atormenta
A dor quem inventa?
O que me faz ilha?
Adília Quintelas
A Pedra

a pedra em seu silêncio
fala da vertigem
dentro da noite veloz
e da espécie que não dorme
mesmo quando o sono
lhe atravessa mesmo muda
sempre diz da cicatriz
na carne e sangra
a pedra chora a pedra fala
a pedra canta quando chove
e o seu amor aflora
na fenda que escapa
entre suas pálpebras
que são dois olhos d’água
nos olhos da manhã
Artur Gomes
http://arturgomes.zip.net
http://quartacomverso.blogspot.com/
21 agosto 2006
bolero blue
beber desse conhac
em tua boca para matar a febre
nas entranhas entre dentes indecente
é a forma que te como bebo ou calo
e se não falo quando quero
na balada ou no bolero
não é por falta de desejo
é que a fome desse beijo
furta qualquer outra palavra presa
como caça indefesa dentro da carne que não sai
by Artur Gomes.
http://arturgomes.zip.net
baladas, blues e poesia. entre e ouça:
http://www.soundclick.com/fulinaimasaxbluesepoesia
http://www.soundclick.com/arturgomesfulinaima
em tua boca para matar a febre
nas entranhas entre dentes indecente
é a forma que te como bebo ou calo
e se não falo quando quero
na balada ou no bolero
não é por falta de desejo
é que a fome desse beijo
furta qualquer outra palavra presa
como caça indefesa dentro da carne que não sai
by Artur Gomes.
http://arturgomes.zip.net
baladas, blues e poesia. entre e ouça:
http://www.soundclick.com/fulinaimasaxbluesepoesia
http://www.soundclick.com/arturgomesfulinaima
20 agosto 2006
sansão?
de raspão
estava armado,
disparou palavras
para tudo que foi lado
um verso me atingiu de raspão
bem na orelha do assunto
por pouco não virei
um poema defunto.
by Rodrigo Mebs.
disparou palavras
para tudo que foi lado
um verso me atingiu de raspão
bem na orelha do assunto
por pouco não virei
um poema defunto.
by Rodrigo Mebs.
15 agosto 2006
palavra-larva
uma palavra-larva
vasculha a mente
lenta lenta-mente
qual bicho de fruta
uma palavra bruta
roendo os tecidos
vivos esquecidos
encefálicos tidos
fálicos ou castos
larva cava gestos
túneis abstratos
furos na cabeça
no que esqueça
lembre de tudo
vulnerável escudo
um vazio conteúdo
uma larva louca
que cai da boca
oca em saliva fel
a palavra-babel
larva língua mel
cai sobre o papel
como um casulo
um poema nulo
sem pretensão
ou aspiração
sem intenção
forma ou meta
jaz a larva do poeta
sem virar borboleta.
by Rodrigo Mebs.
09 agosto 2006
Carne Proibida
o preço atual
proíbe que me coma
mas pra ti
estou de graça
pra ti não tenho preço
sou eu quem me ofereço
a ti:
músculo & osso
leva-me à boca
e completa o teu almoço
Artur Gomes
07 agosto 2006
pena
leque
fiz de mim
um leque,
aberto
a tudo,
a todos.
fiz de mim
moleque,
soltando
pipa,
pulando
muro,
quebrando
vidro.
fiz de mim
o que
ninguém
de mim
faria.
fiz
arte
fiz poesia.
...
um leque,
aberto
a tudo,
a todos.
fiz de mim
moleque,
soltando
pipa,
pulando
muro,
quebrando
vidro.
fiz de mim
o que
ninguém
de mim
faria.
fiz
arte
fiz poesia.
...
04 agosto 2006
Exilado
Enquanto a porta bate eu não canto
Enquanto parte o carro eu não piro
Me seguro no som do vizinho
E acho bom qualquer coisa e respiro.
No escuro não vejo o relógio
E acho bom devorar chocolates
A certeza da vida é a morte
Arrancada a porta não bate.
Meu pequeno oásis segura
Para que não me encontre a loucura
Amontôo bilhetes, retratos
Queimarei de uma vez nossa história
Prá ter fé e perder a memória
Que amor terminado é tortura
Enquanto parte o carro eu não piro
Me seguro no som do vizinho
E acho bom qualquer coisa e respiro.
No escuro não vejo o relógio
E acho bom devorar chocolates
A certeza da vida é a morte
Arrancada a porta não bate.
Meu pequeno oásis segura
Para que não me encontre a loucura
Amontôo bilhetes, retratos
Queimarei de uma vez nossa história
Prá ter fé e perder a memória
Que amor terminado é tortura
Eu prefiro viver exilado.
by Adília Quintelas
by Adília Quintelas
03 agosto 2006
Mar de Búzios

vaza sob meus pés
um rio das ostras
enquanto minhas mãos em conchas
passeiam o mangue dos teus seios
e provocam o fluxo do teu sangue
os caranguejos olham admirados
a volúpia dos teus cios
quando me entregas o que traz
por entre as praias e permites desatar
todos os nós do teu umbigo
transbordando mar de búzios
- oceanos
atlântico pulsar entre dois corpos
que se descobrem peixes
e mergulham profundezas
qualquer que seja a hora
em que se beijam num pontal
em comunhão total com a natureza
by Artur gomes
...
02 agosto 2006
Um Livro

Vou escrever um livro
Dos sonhos perdidos
Nos cantos escuros da mente
Das palavras proferidas Inutilmente.
Um livro das verdades em vão
Dos amores em vão
Que vão
Como cinzas de papel queimado
Na ventania.
Será um livro sem começo
Nem fim
Será bem assim
Como se alguém tivesse nascido
Já no meio da estrada
Em plena caminhada
Indo para a escola, talvez.
Vou escrever um livro
Será tão grande
Quanto pode ser grande
O coração de um forte
Ou quem sabe
Será apenas
Um poema.
Vou escrever um livro
Páginas, como segundos
Desfolhadas ao vento
Vou colocar-te lá dentro
Enfim.
by Adília Quintelas
Dos amores em vão
Que vão
Como cinzas de papel queimado
Na ventania.
Será um livro sem começo
Nem fim
Será bem assim
Como se alguém tivesse nascido
Já no meio da estrada
Em plena caminhada
Indo para a escola, talvez.
Vou escrever um livro
Será tão grande
Quanto pode ser grande
O coração de um forte
Ou quem sabe
Será apenas
Um poema.
Vou escrever um livro
Páginas, como segundos
Desfolhadas ao vento
Vou colocar-te lá dentro
Enfim.
by Adília Quintelas
01 agosto 2006
e agora João?
Assinar:
Postagens (Atom)