09 março 2010

blackout

feito fenda que se rasga
nos tecidos da tua fala
o que foi dito não escrito
no poema que se cala
feito vida que se apaga
feito luz de sol na sala
o que omito e acredito
já não vale nem a chaga

luneta

nalguma lua
a grav(idade)
se anula

despe
do corpo
imenso peso

mantém
o espírito aceso

desperta alma
leve nua

caso
o poeta a possua.

04 março 2010

Ei,
alguém me viu passar por aí?
Está difícil me encontrar nestes tempos modernos, onde tudo são contas a pagar. Cada imagem, cada coisinha e até os sorrisos veem com um cifrão em cima...A melhor amiga fica sendo a calculadora e o maior inimigo: o calendário.
Se alguém me viu passar, me dê notícias, que eu estou com saudades.
beijos
Adília

03 março 2010

Conto de faltas

Tarde demais para escrever poemas de amor
Não tinha príncipe nem sapo
Só um farrapo que embolorou
Soprava um vento sul forte
Que levou meu sonho para o Norte
E o meu eu sem Norte ficou
A canoa quebrada afundou
Fiquei com remos inúteis
Os dias ficaram fúteis
Nem choro nem vela
Nem fita amarela
Pra enfeitar o buquê que murchou.

Adília Quintelas

04 junho 2007

acrEditar



não acre
dito!

seivas
de seringais
que fito,
floresta...

nada mais
resta
daquele Chico
além
do grito?

28 maio 2007

o que se lê

está
aqui nem sei
bem onde

porque se esconde?

só sei que está
costuma star
como sempre esteve

e não se vê
no que se escreve
mas no que lia

o que se lê
não silencia
o que se lê, cia!

17 abril 2007

guaraná com isso aí

anote book
onde diz livro
e vá pra New York

se enforque
nos braços da liberdade
que auto se proclama
way of life

mas, your life
é sempre uma knife
de dois gumes

ali na sétima avenida
há tanta vida americana
for sale pra teu deleite

aproveite
e troque sua havaiana
por um nike

de um rolê
no central park
e esqueça o ibirapuera

pela quimera
tua afro-tupy brasilidade
que vire cherocke num big mac
and chery-coke à vontade

e aos domigos
lembre os sambas mais antigos
e escute apenas o som dos gringos

again to play in your head
assim aprende bem a língua
enquanto míngua

e aí my brother
da tua língua mother
só restará a palavra saudade.


rodrigo mebs.